quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Vocalista da banda Soul da Silva conta a história da banda

Nesta primeira edição entrevistamos uma das bandas de maior sucesso na região! Com vocês a entrevista completa a banda Soul da Silva.

1 - Daniel, no início a banda tinha o nome de Funk da Silva. Quando ela surgiu?
A banda surge em no início de 2005, Emília Rodrigues (hoje no Tholl e na Banda Black Rock) me convocou para cantar com uns amigos (Cacalo e Otoni de Leon), após assistir eu fazendo um som com meus colegas de aula, quem passou pelo turismo ufpel no quinqüênio 2003 – 2008 deve lembrar dos D Legados – ouve quem pensou que era um projeto que envolvia nosso competente Sandro Bandeira da extinta Divergentes (risos). O interessante é que a música surge como principal motivação do projeto, ainda guardo o scrap do Orkut onde a Emília sugere Jamiroquai, Djavan, Ed Motta, etc. Definir um nome foi sempre uma dificuldade nossa, sugeri de início Brazilian Funk Coorporation numa idéia vinda do Black Crowes, o elemento “Brasil” já era imperativo. Com essa idéia fixa sugeri após um brain storming etílico o nome Funk da Silva que sintetizava bem a nossa proposta, nessa época estava conosco Luciano Sebaje na percussão e Daniel “Nóia” Ortiz na bateria (MD4 e Gru). Infelizmente foi a época em que MC Serginho deu um “up” no funk carioca e as pessoas erroneamente confundiam com esse ritmo que é uma variação do rap praticado na costa leste americana, principalmente Miami (Miami Beat). Deixamos de tocar em vários lugares por conta desta confusão e pra complicar fomos contratados para tocar em casas onde o público imaginava que a gente, um quarteto tipicamente rock and roll, fosse tocar “tô ficando atoladinha” ora faça-me o favor!!!

2 - Com o passar do tempo a banda mudou de nome e assumiu o Soul da Silva. Por que esta mudança?
A mudança foi conseqüência disso, inclusive mudança é uma constante na banda, o que, seguramente, fará com que a gente, ao se definir, possa fixar uma identidade. O nome Soul da Silva surge de outro brainstorming, nesse ínterim a banda chegou a se apresentar com outros dois nomes, Pelamordideus! Mas o Soul surge de uma conversa minha com o Cacalo via MSN numa ocasião em que a gente disse: “ninguém dorme sem encontrar a solução pra esse problema”. E não é que rolou? O nome Soul funcionou bem, encaminhei pro artista multimídia Chico Quevedo e ele elaborou o logotipo. Algumas pessoas ainda chamam pelo antigo Funk, mas isso a gente aceita com muito orgulho pois é conseqüente de uma admiração que sempre será muito bem vinda. Então tivemos o Soul como elemento delineador da característica dançante e influência da música estrangeira e o Da Silva como a raiz brasileira.

3 - Atualmente a banda cumpre uma agenda bem ampla pelo estado, fale um pouco sobre esta experiência.
Romper as fronteiras pelotenses é sempre um desafio para qualquer artista, para qualquer profissional independente da área. A banda vem desde 2007 atuando fora da cidade, inclusive, pela força de dois elementos: as redes de relacionamento e contatos estabelecidos em épocas em que eu não era músico e pelos contatos dos nossos integrantes. Quando o sujeito trabalha com ética e seriedade, respeitando o próximo e cultivando o mínimo de humildade, o retorno é seguro. Claro que não se pode ganhar todas sempre, nosso histórico já conta com alguns problemas de cachês não-pagos ou de prejuízos materiais onde o ganho não cobriu a despesa, mas isso faz parte do universo do artista. Estivemos em palcos de São Lourenço, Jaguarão, Arroio Grande, Canguçu, Pedro Osório, Rio Grande, Santo Ângelo, Candiota, Bagé, etc. Em todos os lugares temos a alegria de retornar e sermos reconhecidos pelo público como caras que curtem fazer o que fazem e pelos contratantes por sermos caras sérios. A banda não consome bebidas alcoólicas e nenhum dos integrantes fuma. Claro que de vez em quando a gente toma uma cervejinha ou uma caipira após o show pra descontrair afinal de contas a gente também é filho de Deus, (risos) mas isso ocorre raramente, a banda curte mais comer e tomar um refrizinho, principalmente nos eventos particulares quais sejam formaturas, aniversários, congressos, etc. Graças a essas coisas a banda alcançou uma conquista rara: tocar na região metropolitana. Atualmente temos datas mensais em Porto Alegre, Santo Antonio da Patrulha e isso abre portas para que venhamos a atuar em qualquer lugar do país, afinal de contas tocar na capital exige que se tenha um preparo diferenciado em diversos aspectos que vão além da musicalidade.

4 - Na tua opinião como está o espaço local para as bandas que não estão centradas no eixo do  pagode/forró? Elas tem o espaço que merecem?

Muito bom. Mas é importante que a música esteja à frente das motivações pela busca do espaço. O ganho financeiro deve ser conseqüência do trabalho, atualmente se vê muito bandas que se formam para tocar na noite, isso cheira a picaretagem, claro que numa democracia cada um faz o que bem entender, só não dá para esquecer que o limite da nossa liberdade é a fronteira da liberdade alheia. O que tem ocorrido por conta desse fator é a auto-desvalorização, o grupo para entrar no mercado reduz valores de cachês ou passa a tocar mais tempo, estabelecendo uma concorrência desleal que nada mais é do que um tiro no pé. O que eu costumo dizer, particularmente, é que se o cara quer mostrar seu trabalho de graça que o faça em casa, oferecendo um churrasco pros amigos. Problema é prejudicar quem está trabalhando sério e investindo. Este método acaba prejudicando toda a rede, pois será o músico que irá sustentar aquela festa com cerveja ultra-barata, esta festa poderá roubar o público da casa que paga o que consideramos o justo ou mínimo. Há quem diga a célebre frase “cada um cobra o que quer pois sabe o valor do seu trabalho.” Falar é fácil. Tanto é fácil que muito se reclama da cena local quando temos uma média de shows invejável por fim de semana, abrimos o jornal e vemos bandas tocando em bares na Félix (3 casas), na Gonçalves (4 casas), na Zona do Porto, no Laranjal, nos clubes sociais, nos eventos sazonais, quer dizer, falta espaço pra quem está sentado em casa esperando algum milagre acontecer ou com a cabeça cheia de fumaça contemplando a realidade. Hoje em dia temos os coletivos que mensalmente promovem shows na cidade onde a turma do rock and roll é requisitada, a galera da MPB sempre tem agenda, principalmente nos trabalhos solo, o nativismo vai muito bem com a atuação nos festivais, preocupa-me apenas o pessoal do rap que tem um trabalho sério mas ainda não teve seu talento contemplado pelos espaços que remuneram e se tem uma coisa que a gente não gostaria de ver é a repetição do fenômeno Negra Li que pelo que eu entendi se rendeu ao apelo pop. Fica aqui a provocação pra turma do RAP dar uma caprichada no trabalho e ir à luta mesmo.

5 - A Soul da Silva é uma banda de covers mas também tem alguns trabalhos próprios. Como estão estas composições?
Reitero a idéia de que ser músico é transpor desafios. Nosso principal desafio hoje é encarnar o trabalho autoral, ele sempre existiu, eu escrevo letras há 13 anos, comecei escrevendo em inglês quando tocava com o Mauro Mesko (ex-Divergentes) e o Luciano Silveira (Galaxy Trio). Como a Soul surgiu dentro de uma garagem, com a proposta, inicialmente, descompromissada, muito inicialmente, de fazer shows de forma eventual, a gente trabalhou a fundo o cover, daí veio a função de tocar na noite, nesse percurso a gente deu de cara no chão algumas vezes, escolhas erradas, repertórios inadequados, mas superamos e (re) inauguramos o gosto pelo groove, a preocupação com a presença de palco e o profissionalismo. Juntamente com a Pimenta Buena, que fez o caminho inverso da gente, priorizando o trabalho autoral, atuamos significativamente no estímulo à realização via terceirização das quartas do João Gilberto Bar e Champanharia. Não fizemos nada de novo, apenas fizemos a correria em janeiro e fevereiro com o Especial Tim Maia e o show Carneavale. O lançamento do clipe de Mistério – nosso primeiro single – veio em março e desde então a gente tem visto grandes festas realizadas pela Canivete Jeans, Satolep Circus, e demais produtores. Acho importante ressaltar isso porque essas parcerias são essenciais. Quanto ao nosso trabalho autoral estamos muito felizes, as composições têm brotado naturalmente, talvez seja o efeito da primavera, mas além das coisas que a gente escreve e harmoniza temos buscado trabalhos de gente de fora da banda, dentre estes irmãos citamos Kako Xavier, Cristiano Quevedo, Felipe Rotta, Isadora Cunha, Marcelo Camafunga, Gagui IDV, Giamarê, Eduardo Radox Amaro, Mauro Mesko. Nos interessa também trabalhar com o Serjola, Edu da Matta, Dico Keiber, Gilberto Oliveira, que são pessoas que a gente costuma escutar e que no futuro quem sabe teremos o prazer de agitar alguma parceria. Nossas músicas estão sendo produzidas no Estúdio Submarino Amarelo, que tem nos dado um suporte fantástico, extremamente profissional e promissor. Extra oficialmente eu posso divulgar para o miguelzinho-meu-bruxo alguns temas:
Outono – Inspirada na mania que algumas pessoas tem de divulgar nos orkuts e msn’s coisas tipo “fulano, meu porto seguro” “fulana, amor da minha vida”, é uma letra que surgiu inspirada na banalização da frase “eu te amo”; Verso: “Prometo não mais conjugar o verbo amar a toa”
Mistério – Disponível no youtube, fala sobre amor, também, esse é um tema recorrente nas minhas letras; É uma declaração explicita. Versos: “É vital que o amor permaneça em mim, normal sonhar com a tua presença aqui”
Meu Cais – fala de um cara que está longe do seu platônico amor, liricamente ele disserta sobre a possível chegada da garota bem como sobre a rotina, saudade, essas coisas. Verso: “Se você chegar e se quiser me encontrar, pode crê que vai ser bom...”
Francesa – dedicada a um affair do autor, foi uma brincadeira misturando coisas do Brasil e da França por conta da ascendência da garota. Conta com versos de Gagui IDV, rapper amigo da banda. Versos: “Meu vôo sai no próximo embarque pra gente se amar na terra de Joana D’Arc...”.
Fluxo Perfeito – um soul reggae composto pelo Eduardo, uma música viajandona mesmo, texturas de teclados, baixo fretless e vocais soturnos. Verso: “Não vou pensar no que ficou pra trás, rancores e temores não quero mais, meu sangue nas veis num fluxo perfeito...”
Voltar a Viver – Canção feita em parceria com Felipe Rotta, fala sobre reabilitação e o drama do álcool, das drogas e do papel do cidadão no combate a esses problemas. Versos: “A pedra que de prima de vicia, o álcool que aos poucos te condena, a angústia que me leva à reincidência, mas o hipócrita que eu fui não me condena...”
Dona da Festa – uma crítica à possessividade e suas derivações. Versos: “O poder que você quer me dar já não me interessa, parece coisa de criança quando é dona da bola, tenho minha opinião mesmo com a sua influência...”

6 - Existe algum novo projeto da banda? Tem algum cd/dvd por vir?
As canções assinaladas acima, somadas às versões de músicas que identificam a banda e canções de outros compositores serão o conteúdo do nosso primeiro cd. Para os próximos meses estamos agendados com a gravação ao vivo em estúdio para uma melhor ambientação e a captação do clima da banda, do astral que é reflexo do conjunto, da coisa de tocar junto. Depois a gravação propriamente dita, processo que sabemos que será demorado. DVD é um objetivo mais ambicioso, a gente trabalha com o conceito de vídeo-release que é uma forma de mostrar a banda, dentro deste material a gente coloca o histórico, composição de repertório, vídeos de alguns shows, o clipe com seu making of fotográfico e os contatos.

7 - Fala pra nós sobre a formação atual e a influência musical de cada um.
Um dos nossos motivos de alegria é contar com uma das mais importantes cozinhas da música da zona sul. Eduardo Badalinho e Renato Popó possuem uma sincronia singular. Conseqüentemente costumam ser requisitados para acompanhar músicos dos mais variados estilos.
Eduardo, baixista. Influências: Gil, Caetano, Bob Marley, Prateado, Nico Assumpção, Artur Maia, O Rappa, The Beatles.
Renato, baterista. Influências: Carlos Bala, Antonio Sanchez, Kiko Freitas, Dave Weckl.
Daniel, vocal: Robert Plant, Beatles, Lenny Kravitz, Vitor Ramil, Sade, Khaled, Fito Paez, Jamiroquai, Duran Duran, Tunde, Madredeus, Deep Purple (Coverdale-Hughes).
Vinícius, guitarra: Jimi Hendrix, Slash, Joe Satriani, Rage Against the Machine, Deep Purple, Rush, Jamiroquai, Djavan, Jota Quest, Ed Motta

8 - Pra quem ainda não conhece e pra quem é fã, onde a banda Soul da Silva tem tocado em Pelotas?
A gente atua no Bar João Gilberto, Boate La Gitana e em eventos particulares tipo formaturas, aniversários, recepções e etc. Além disso rolam as festas sazonais e exporádicas, daí é só olhar a agenda no nosso site.

9 – Alguma mensagem de agradecimento para os parceiros? E quem são eles?
A Soul da Silva procura aliar seu nome a parceiros cuja reputação contribui para a confiabilidade do trabalho; atualmente existem muitas empresas que acreditam na cultura e apostam junto em projetos sérios. Procuramos manter a parceria de forma transparente e profissional, afinal de contas o capitalismo exige isso. A esses parceiros a gente só tem a agradecer mesmo, é o suporte destas pessoas que consequentemente nos inspiram, sendo mais um motivo para que nos esmeremos em fazer um trabalho o mais impecável possível.

Fica aquele abraço pra Macro Atacado Krolow, Posto Cidadão Capaz, Bar João Gilberto, Amarelinho Lanches, Studio C Cabeleireiros.
Contatos com a banda: (53) 9165-9190 e (53) 9139-2236 com Daniel Balhego.
Saiba mais no site: www.bandasouldasilva.com

Saúde Bucal e Esporte

As práticas esportivas estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano, havendo uma crescente expansão, sobretudo nesta época do ano, quando se aproxima a estação mais quente. É notável o aumento na demanda por vagas em academias e centros esportivos, Uma vez que, com roupas leves, corpos à mostra e à vontade, eclode a preocupação pela manutenção de uma exímia forma física.


No entanto, deve-se atentar para a relevância de uma prévia avaliação física antes do início da prática desportiva, para mensurar a capacidade performática e se o grau de exigência da atividade selecionada está dentro dos limites da capacidade orgânica. Nesses eventos, não há a preocupação em avaliar a saúde bucal, já que a Odontologia , por vezes, é tida como parte da cosmetologia, e, por isso, é dada pouca importância para as afecções que acometem a cavidade bucal. Não obstante, cumpre salientar que, até mesmo um simples machucado na gengiva, muitas vezes acometido por uma escovação apressada, pode levar à perda do condicionamento físico, sem falar nos processos infecciosos de origem dentária que são capazes de disseminar microorganismos lesivos à saúde global e comprometer o funcionamento do organismo do praticante da atividade física.

Atualmente, diversas pessoas estão expostas às lesões na face, uma vez que a prática de esportes, seja amador ou profissional, é realizada por crianças, jovens e adultos. Além disso, o início da prática ocorre em idades menores e com nível de competitividade e intensidade superiores quando equiparados há alguns anos atrás. Outrossim, adolescentes apresentam uma fase de pico de crescimento, com a presença de ossos longos primeiramente que depois acomodarão a musculatura e, nessa fase, há perda da flexibilidade, o que, de certo modo, implica a causa de lesões durante a atividade esportiva. A xerostomia, que é a diminuição do fluxo salivar, pode ocorrer após treinos, assim, fica evidente a necessidade de uma higiene rígida, controle dietético e visitas regulares ao dentista para a manutenção da saúde bucal dos praticantes de qualquer esporte. Afinal, são desejáveis boas condições dentárias e gengivais, além de funcionamento perfeito de toda a região orofacial para condicionamento, rendimento e recuperação física do esportista.

O organismo do atleta deve estar em perfeita sintonia, com a saúde bucal adequada, para promover a máxima eficácia e melhor funcionamento, logo que as condições bucais repercutem sistemicamente. A manutenção da respiração adequada para evitar perdas da capacidade aeróbica, a observação de dentes impactados que causam suscetibilidade aos traumas dentários, a resolução de processos infecciosos capazes de disseminar microorganismos, entre outros, devem ser itens observados na avaliação prévia do candidato à prática esportiva.

Além disso, é importante esclarecer a necessidade de uso de protetores bucais em determinadas atividades físicas, como lutas e jogos coletivos, pois esses protegem os dentes de golpes diretos e indiretos contra a face; redistribuem as forças que poderiam causar fraturas ou deslocamentos dentais; evitam o contato violento entre dentes superiores e inferiores; mantêm tecidos moles dos lábios e bochecha longe dos dentes; redistribuem as forças de impacto que poderiam causar fraturas de côndilo da mandíbula e proporcionam segurança psicológica. Esses aparatos diminuem os acometimentos e a gravidade dos danos às estruturas bucais e resguardam as estruturas dentárias e periodontais durante a prática esportiva.

Assim sendo, percebe-se que a Odontologia está intimamente relacionada ao esporte, devendo buscar a promoção e manutenção da saúde bucal, monitorando hábitos alimentares com alto teor de carboidratos, por exemplo, fluxo salivar e pH, alterações imunológicas e fisiológicas devido às práticas desportivas, uso de suplementos e repositores hidroeletrolíticos. Faz-se necessária a implementação da avaliação física do aluno em academias e centros esportivos, com a inclusão dos exames odontológicos necessários para o melhor rendimento físico. Afinal, o cuidado com a saúde bucal, considerando a atenção integral, constitui um papel importante na melhora da qualidade de vida.

                                                                      Ariane Echartea/Cirurgiã Dentista
                                                                      CRO/RS 18.210